A voz é o calmante mais natural, mais eficaz, mais apaziguador e reconfortante para o bebé. A voz, o toque, o olhar, o cheiro, ou seja, este mundo dos sentidos que é mais amplificado e fortalecido através das canções de embalar. Pode cantar ou falar com o seu bebé sempre que lhe apetecer, não existem contraindicações! Os bebés preferem as vozes dos pais.

Partilhar música, cantar ou falar é uma forma de comunicar os nossos afetos e essa comunicação transmitir-lhe-á confiança, tranquilidade e bem-estar. Mesmo só ao nível da audição, a música possibilita estímulos diversos e permite alterar o estado anímico.

Acredito que uma parte significativa de pais se sintam muitíssimo intimidados e/ou desconfortáveis por considerarem os seus cantos desafinados ou simples demais, ou o seu repertório de canções muito infantis e pouco vasto, castrando-se a si próprios por não serem perfeitos, anulando muitas vezes o ato de cantar por o acharem insuficientemente válido e insignificante. O bebé não quer a perfeição do canto, prefere a emoção e o afeto nele contida. Todas as lullabies são válidas e nada substitui a voz materna, paterna, fraterna ou a voz de afeto. Nem sempre nem nunca!

Através da voz, principalmente da voz materna e da música, fortalece-se grandemente a relação entre mãe e filho, estimulando simultaneamente o desenvolvimento cerebral, físico e emocional do bebé.

É ainda dentro do corpo materno, durante a gravidez, que o bebé e a sua mãe estabelecem laços afetivos e comunicacionais muito fortes. A cumplicidade de afetos e a partilha de um sentimento tão grandioso como a capacidade de gerar vida, gera também um grande Amor entre ambos, e na mãe uma grande necessidade de comunicar esse mesmo Amor com o seu filho. Por isso é muito frequente vermos as grávidas a acariciar instintivamente a barriga ou a falar com o bebé. E segundo o Prof. Dr. Alfred Tomatis “O alimento vocal que a mãe dá ao seu filho é tão importante para o desenvolvimento do bebé como o seu próprio leite”.

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