White noise: Lullaby or dislullaby for babies?

Por Carla Baptista Alves

Contrariamente à música ou à fala, White Noise, ruído, é um som que não possuí um padrão auditivo, podendo interferir no desenvolvimento linguístico e atraso da fala.

Acredito que White Noise representa a desumanização e solidão da sociedade atual, dada em quantidades massivas – de volume, de duração e de desafeto! É a solidão coletiva iniciada no berço. É mais e pior do que ruído. Nem se pode falar numa linguagem isenta de afetos, pois não é sequer uma linguagem. É um secador de cabelo ou um aspirador que consola e aconchega o sono do bebé, da criança, por vezes durante toda a noite. Sem escolha. É a nova forma de lhe dar as boas vindas ao mundo. Apesar da fascinante evolução dos últimos tempos, o bebé continua a nascer bebé, e devemos respeitar as suas necessidades inatas. Não há nem um método de educar, nem um manual para bebés. Há um bebé, único, pronto para sentir o mundo, e que sente e se desenvolve de acordo com a ambiência. Apesar de nascer com uma identidade, com a sua genética, dentro da sua cultura, o cuidado e o afeto que recebe nos primeiros tempos, moldará o seu ser e determinará o seu comportamento em adulto. Se chora sozinha no berço - e o choro é uma qualidade inata –, ele não aprenderá a dormir sozinho. O que ele aprende é que não adianta chorar- e os bebés choram quando nos querem dizer algo – aprende a saber lidar com o desamparo, pois o seu choro não foi respeitado, nem entendido, nem consolado. Dado o modus vivendi das sociedades industrializadas, não há muito tempo para ser bebé. Tudo tem de ser rápido. Tudo se apressa. Apressa-se no crescimento; apressa-se no desmame - quando há tempo para amamentação; apressa-se a separação, para aprender em bebé a ser um adulto autónomo, e apressa-se no adormecer. Educar é dar sentido, é envolver, é formar respeitando, dentro duma visão holística do que é o ser. E o ser nasce bebé e depende de nós.

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